Plano de previdência: tudo o que você precisa saber sobre plano privado e o social para fazer escolhas adequadas
Entenda por que é importante pensar desde agora em um plano de previdência, conheça a diferença entre o plano de previdência privada do social e saiba como escolher de maneira simples e acertada entre eles
Velhice: aqueles que têm a sorte de chegar até ela, precisam estar preparados para lidar com suas limitações, contar com um plano de previdência ajuda muito nesse aspecto.
Mas esse não é um pensamento muito comum em nossa sociedade, isso porque boa parte da população não costuma pensar no longo prazo, tampouco se preocupar com adversidades que possam surgir de maneira inesperada. Tal cenário, por sua vez, pode trazer vários problemas no futuro.
E, para ajudar com que você entenda com mais facilidade esse contexto, foi que preparamos este artigo.
Desafios da velhice: você já pensou sobre isso?
De acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nossa sociedade passa por um processo de envelhecimento e estima-se que, em 2058, cerca de 25% da população seja composta por idosos, pessoas com mais de 65 anos.
É importante pensar nesse assunto, pois essa é uma idade de nossas vidas que, embora a gente possa contar com uma riqueza de conhecimentos acumulados por toda uma jornada feita, o nosso corpo já não possui a mesma disposição que antes.
Dessa forma, existem problemas de saúde e a necessidade de um acompanhamento médico mais próximo.
Além disso, a maneira como a nossa sociedade está configurada também contribui para que essa época seja uma das mais difíceis.
Então, nessa época, problemas relacionados à solidão também podem refletir na qualidade de vida de pessoas idosas.
Também, problemas de locomoção contribuem para comprometer a independência de pessoas idosas, isso por conta da redução da qualidade auditiva, visual e até mesmo agilidade do corpo.
Nesse sentido, a falta de um preparo financeiro e a necessidade de contar com a solidariedade de terceiros podem tornar a situação ainda mais difícil.
Qual a melhor hora de se pensar na velhice?
Deixar para pensar nessas questões apenas quando você se tornar idoso não é algo recomendado.
Primeiro, pois manter uma vida confortável em nossa sociedade está muito ligado a questões financeiras.
E, como percebemos, nessa idade, contar com o seu corpo para ganhar dinheiro pode ser algo muito penoso e difícil, principalmente por conta das limitações vindas com o aumento da idade.
Além disso, imagine que, depois de uma vida desgastante, trabalhando horas e horas, você ainda tenha que fazer esforços, quando idoso, para poder se sustentar…
Não é um cenário que você quer para sua vida, concorda?
Então, o melhor momento para você pensar nessa época é na sua juventude e, caso esse tempo já tenha passado, é importante que você comece a agir a partir de agora!
Por que você não pode pensar na sua aposentadoria apenas quando estiver idoso?
Como observamos, essa época da vida é um período em que o indivíduo possui muito conhecimento obtido através de suas experiências.
Mas também é nesse período que a qualidade da visão tende a diminuir e problemas como catarata começam a aparecer.
Também muitas pessoas adquirem glaucoma e seus efeitos passam a se manifestar.
Além disso, os olhos também costumam sofrer com presbiopia e degeneração macular.
Sem contar que problemas nas articulações passam a ser mais nítidos, como artrite, artrose e reumatismo.
Nessa perspectiva, trabalhar com essas limitações e enfrentar uma jornada de trabalho pode ser uma tarefa muito difícil e sofrida.
Inclui-se que oportunidades para pessoas idosas em nosso mercado de trabalho, infelizmente, ainda não se tornaram uma regra.
Portanto, é na juventude o melhor momento para você começar a se preocupar com essas questões, principalmente quando você já começar a desenvolver atividade remunerada.
E, para isso, contar com um plano de previdência é uma excelente estratégia.
Então, nada de aguardar a idade avançar para pensar nisso!
O que é um plano de previdência?
De maneira genérica, podemos entender como um plano de previdência como uma reserva que é feita ao longo da sua vida que será utilizada quando você se tornar idoso.
Ou mesmo como a participação em algum tipo de programa que vai te permitir ter amparo financeiro quando não puder mais desenvolver suas atividades, ou seja, trabalhar.
Isso porque entendemos que a aposentadoria é o momento em que a pessoa deixa de trabalhar, finalizando a sua vida profissional.
Dessa maneira, o plano de aposentadoria deve ser algo pensado ao longo de sua juventude, isso vai te garantir uma melhor estruturação financeira quando sua idade avançada chegar.
Quais as vantagens em se pensar em um plano de aposentadoria com antecedência?
Nesse viés, ao ter elaborado e mantido um plano de aposentadoria com antecedência, você evita surpresas financeiras desagradáveis.
Além disso, manter uma reserva de emergência robusta, ou seja potente e sadia, leva tempo e exige persistência.
Isso se você for contar com um plano de previdência privada.
Caso você opte pela previdência pública, existem várias regras que precisam ser seguidas e o tempo de contribuição costuma ser uma delas, mas sobre isso vamos conversar futuramente, com mais detalhes.
Como funciona no Brasil?
Atualmente, como você já deve ter percebido no tópico anterior, hoje contamos com o plano de previdência público e privado.
Ambos são importantes em fornecer um amparo aos trabalhadores após a aposentadoria, mas têm especificações totalmente diferentes.
Por conta disso, é importante que você tenha um bom domínio sobre cada um deles, só assim terá a certeza de estar fazendo as escolhas certas.
E isso também quer dizer entender o seu contexto atual e expectativas futuras quanto às suas finanças.
Quer saber identificar cada um deles? Então vamos para os próximos capítulos!
Entenda as diferenças entre o regime de previdência privada e o regime de previdência social
Nesse momento é importante que você saiba que existem vários programas de aposentadoria em nosso país, e eles estão dentro de 3 classificações existentes em nossas leis.
Tais programas são:
● Regime Geral de Previdência Social – mais comum, destinado a maioria dos trabalhadores, regido pela Lei 8.213, de 1991;
● Regime Próprio de Previdência Social – destinado a servidores públicos dos municípios, estados, União, Distrito federal e militares, regido pela lei nº 9.717 de 1998;
● Regime de Previdência Complementar – regido principalmente pelas Leis Complementares 108 e 109 de 2001.
Nesses casos, os mais comuns são o Regime de Previdência Social, obrigatório para trabalhadores registrados sob o regime da Consolidação das Leis dos Trabalhos, mas que permite que outros possam aderir a ele.
Previdência Privada
Como observamos, também pode ser chamado de regime de previdência complementar e serve como uma maneira de complementar a renda dos segurados que optaram pelos regimes anteriores – ou que ainda não possuem um plano de aposentadoria.
Na verdade, ele funciona como um tipo de investimento a longo prazo, em que são feitos depósitos periódicos, cujos valores são corrigidos considerando índices específicos e posteriormente podem ser resgatados.
Mas isso não quer dizer que você precise esperar todo o período para resgatar o dinheiro investido ao contar com um plano de previdência privada.
Na verdade, o que ocorre é que isso não costuma ser vantajoso, já que você poderá não ter direito à rentabilidade acordada.
Além disso, existe o risco de serem cobradas taxas.
Sendo assim, é importante que você opte por esse tipo de regime caso a probabilidade de desistência no período seja mínima.
Agora, se o que você deseja é construir uma reserva de emergência e poder sacar valores a qualquer momento (ou seja, com alta liquidez) sem prejudicar a rentabilidade, pode ser mais indicado realizar outros tipos de investimentos, como a poupança ou em um Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Previdência Social
Já a Previdência Social funciona de maneira bem diferente, principalmente no que diz respeito a um plano de previdência.
Isso porque você não faz uma reserva, mas sim pagamentos periódicos e, no futuro, o Estado passará a te beneficiar com valores, a título de aposentadoria, para que você possa ter uma vida digna, mesmo sem poder trabalhar.
Ela pode ser entendida como uma iniciativa do governo para amparar pessoas que estejam sem condições de desenvolver suas atividades, além, é claro, de oferecer recursos financeiros para aqueles que estão sob o seu regime ao se aposentarem.
A previdência social funciona da seguinte maneira:
Ao fazer seu registro e se tornar contribuinte, você deverá recolher mensalmente um percentual sobre o seu salário a título de contribuição.
Esse percentual varia de acordo com os seus ganhos, e mudam de acordo com a seguinte tabela, considerando o salário mínimo de 2021:
7,5% Trabalhadores com ganhos de até R$ 1.100,00 (1 salário mínimo).
9% Que recebem valores entre R$ 1.100,21 a R$ 2.203,48
12% Sobre o salário de quem ganha entre R$ 2.203,49 e R$ 3.305,22
14% Sobre aqueles que recebem entre R$ 3.305,23 e R$ 6.433,57
Fonte: Jornal Contábil
Ao estar sob o regime previdenciário do INSS, além da aposentadoria, você vai poder contar com os seguintes benefícios:
● Auxílio-doença;
● Auxílio-acidente;
● Auxílio-doença acidentário; ● Salário-maternidade;
● Pensão por morte.
Bem, mas voltando ao nosso assunto sobre aposentadoria, é importante saber que existe um teto de benefício pago pelo INSS.
Ou seja, mesmo que você conte com um salário maior do que R$ 6.433,57, pode não ser vantajoso contribuir com valores maiores, visto que, ao se aposentar, o valor máximo do
benefício que você receberá mensalmente a título de aposentadoria será de R$ 6.433,57, o teto previdenciário.
Para que você tenha um domínio maior sobre o melhor plano de previdência que deverá escolher, uma informação importante que eu preciso te passar é sobre a carência.
Ao contar com o plano de previdência pública, do INSS, você poderá se aposentar de formas diferentes, nas próximas linhas conversaremos sobre cada uma delas.
Aposentadoria por idade
Como estamos em um período de mudanças no regime previdenciário, é importante perceber que existem regras a serem seguidas por contribuintes que estão migrando entre regimes.
A essa fase, dá-se o nome de “Regras de Transição”.
Nela, para que você possa solicitar o benefício, deverá contar com:
● 60 anos de idade, caso mulher, 65 anos, caso seja homem;
● Possuir ao menos 15 anos de contribuição;
● Ter, no mínimo, 180 meses de carência.
A carência está relacionada aos pagamentos feitos mensalmente.
Dessa forma, de nada adianta você nunca ter contribuído e um mês antes de se aposentar recolher os valores dos 15 anos retroativos, mesmo que isso seja feito com atualização dos juros e multa.
Aposentadoria por tempo de contribuição A aposentadoria por tempo de contribuição pode ser solicitada por aquelas pessoas que já contam com ao menos 30 anos de contribuição, caso sejam mulheres, e 35 anos, caso sejam homens, além de 180 meses de carência.
Nessa modalidade, não há idade mínima para concessão do benefício.
Aposentadoria especial
Nesse plano de previdência, outra forma de conseguir se aposentar é através da aposentadoria especial.
Nessa modalidade, o INSS traz regras diferentes para profissionais que atuam com produtos nocivos e que expõem a saúde de profissionais a riscos.
A aposentadoria especial traz exigências de tempo menores quando o assunto for tempo de contribuição, e vai depender do tipo de atividade praticada pelo trabalhador no período.
Aposentadoria por invalidez No modelo de plano de previdência trazido pelo INSS, a aposentadoria por invalidez é concedida quando o trabalhador, decorrente da realização de suas atividades, torna-se inapto a trabalhar.
Nela, é exigido que se tenha carência mínima de 12 meses de contribuição, e caso o motivo da invalidez tenha existido antes da filiação ao Regime Previdenciário do INSS, o benefício será negado.
Existem algumas doenças que não se exige cumprir com essa carência mínima, como, por exemplo:
- HIV;
- Nefropatia grave;
- Cardiopatia grave;
- Hanseníase (lepra);
- Neoplasia maligna (câncer);
- Esclerose múltipla;
- Alienação mental.
Sabia que uma consultoria jurídica pode te ajudar a tomar as melhores decisões nesse momento?
Nesse contexto, é muito importante definir sua estratégia relacionada ao plano de previdência que você irá optar, já que isso será definitivo para a qualidade de vida que terá na sua velhice.
Outro aspecto importante é que você poderá optar pelas duas modalidades de plano de previdência que vimos até aqui (previdência do INSS e previdência privada), pois, se para trabalhos com registro em carteira a contribuição junto ao INSS é obrigatória, o plano de previdência privada costuma ser aberto à população, permitindo que, mesmo que você já esteja inscrito no INSS, possa investir na previdência complementar…
Agora que você já entendeu como funciona esse contexto e necessário que busque a orientação com uma assessoria jurídica que vai te ajudar com apoio e orientações quando o assunto for decidir qual é o plano de previdência mais vantajoso.
Além disso, isso vai te ajudar a lidar com situações que possam estar te trazendo embaraços no plano de previdência que você tenha escolhido atualmente.
Então, entre em contato com um especialista, que vai te ajudar a tomar as melhores decisões, para que elas repercutam positivamente na sua velhice.